Os anos 30 trouxeram muitas novidades ao cinema. Com o advento do filme falado (os talkies), muitas estrelas consagradas cairam no esquecimento, e os estúdios viam novas possibilidades com a inclusão de cores e som nos filmes. A Universal adaptou para as telas um best seller do ex soldado alemão Erich Maria Remarque (cujo título original é Im Westen nichts Neues - Nada novo no oeste em alemão) afim de enfrentar os musicais da época com um drama sério. E deu certo! Lewis Milestone conseguiu trazer para as telas o terror da guerra com maestria!
O filme retrata o início da Primeira Guerra Mundial, quando a Alemanha começa a invadir a França. A perda da inocência dos jovens recrutas se confunde com o ânimo novo que eles trazem para uma tropa já desgastada e quase eliminada.
A história começa em um pequeno vilarejo alemão. Enquanto até os carteiros são convocados para o exército, e a cidade toda se despede com uma grande festa das tropas, um professor tenta dar sua aula. Na classe, jovens rapazes estão tentando ouvir o que diz o professor. Quando o barulho lá fora diminui, os alunos se encantam com as palavras do mestre. Palavras de encorajamento, de entusiasmo, a importância de servir sua Pátria-Mãe.
Cada um dos alunos ouve atentamente e sonha, cada um com suas expectativas. O orgulho dos pais, o desespero das mães, as garotas atraídas pelo uniforme, a honra de morrer pelo seu país. Ao final do discurso, quase todos estão convencidos a se alistar, e os que não estão ainda são convencidos pelos companheiros. Paul Bäumer (Lew Ayres) é o mais animado entre os amigos e declara: “vamos todos ficar juntos e tudo vai dar certo!”.
Ao chegarem no campo de treinamento, os garotos estão eufóricos. A sensação é de estar chegando numa colônia de férias. Mas as coisas começam a se mostrar um tanto diferentes do que imaginavam. Antigos amigos são oficiais superiores agora, a obediência vem acima de qualquer coisa. Ao serem aprovados pelos oficiais, a tropa se prepara para finalmente entrar em combate.
Ao descerem do trem, toda empolgação que restava se acaba. Ninguém sabe para onde ir, o que fazer, e mesmo assim as bombas já começam a cair. Escondidos em uma casa, os soldados encontram quatro veteranos, entre eles Kat (Louis Wolheim) que se tornaria o mentor de Paul. Os mais velhos riem das perguntas dos recrutas: “onde fica a cantina?”, “quem lavará nossas roupas?”. Aos poucos, os soldados percebem que nada daquilo que lhes foi prometido condiz com a verdade. E infelizmente, não há como voltar atrás sem passar pelos horrores de uma guerra. Cada um aprende, das piores formas possíveis, que o sentido da luta é cada vez mais abstrato.
Algumas cenas são bastante fortes. Logo no início do combate, os soldados estão escondidos sob as trincheiras e as bombas não param de cair. Os dias e principalmente as noites são enlouquecedores. Sem saber quando o bombardeio vai terminar, sem comida e sem dormir, com a morte iminente, o medo constante e a incerteza de quando tudo vai acabar são angustiantes, e muito bem representados nessa cena. Pra mim a melhor cena do filme!
Outra cena impressionante é no campo de batalha, quando Paul vê-se obrigado a matar um inimigo (Raymond Griffith) com as próprias mãos. Impedido de sair daquele buraco, ele tem que observar o outro sofrendo e morrendo aos poucos, enquanto sua consciência o tortura cada vez mais.
Por fim, sequência da volta de Paul para casa, após ser ferido, mostra o quanto a guerra tem diferentes pontos de vista, o que ela pode fazer com a vida de um homem.
Este foi o primeiro filme de guerra (e primeiro filme falado não-musical) a ganhar um Oscar. Além do Oscar de Melhor Filme, o diretor Lewis Milestone ganhou o Oscar de Melhor Direção. O diretor ficou conhecido como um mestre dos filmes de guerra, sendo sua obra citada anos depois por Steven Spielberg como inspiração para O Resgate do Soldado Ryan.
Além disso, a produção ainda levou Melhor Fotografia e Melhor Roteiro. Foi também o primeiro filme da Universal a ganhar um prêmio da Academia.
Algumas curiosidades marcaram a produção do filme. A atriz escalada para viver a mãe de Bäumer era uma famosa comediante (Zasu Pitts) e as pessoas as quais o filme foi aprensentado antes da estréia riam apenas com sua presença na tela. A atriz foi substituída por Beryl Mercer pouco antes da estréia.
Muitos ex soldados alemães moravam em Los Angeles na época e foram convidados a participar como consultores técnicos do filme e como extras nas filmagens. O próprio autor do livro foi cogitado para o papel principal.
Algumas curiosidades marcaram a produção do filme. A atriz escalada para viver a mãe de Bäumer era uma famosa comediante (Zasu Pitts) e as pessoas as quais o filme foi aprensentado antes da estréia riam apenas com sua presença na tela. A atriz foi substituída por Beryl Mercer pouco antes da estréia.
Muitos ex soldados alemães moravam em Los Angeles na época e foram convidados a participar como consultores técnicos do filme e como extras nas filmagens. O próprio autor do livro foi cogitado para o papel principal.
O ator Raymond Griffith, que interpreta o inimigo morto por Paul no campo de guerra, perdeu a voz quando criança e fez muito sucesso durante a era muda do cinema. Este foi o seu último filme.
A cena final, onde o soldado tenta alcançar uma borboleta do seu front e é atingido, foi gravada já na edição do filme, quando os atores não estavam mais no set. A mão em cena é do próprio Milestone.
O filme foi muito perseguido pelos nazistas na época da Segunda Guerra Mundial. Chegou a ser banido e muitos exemplares do livro no qual foi inspirado foram queimados. Em muitos outros países da Europa não foi diferente, como na Itália e na Polônia.
Apesar disso, o filme e o livro inspiraram alguns outros artistas além de Milestone. Um remake foi realizado em 1979 e o cantor Elton John gravou uma música com o nome original em 1982 (clique AQUI para ouvir a música). A expressão "it's all quiet on the western front" entrou para a cultura americana para descrever um momento sem novidades, de estagnação. Além disso, um novo remake será lançado em 2013, com Daniel Radcliffe no papel principal.
No início do filme, um alerta aos espectadores define bem o contexto do filme: “Esta história não é uma acusação nem uma confissão, muito menos uma aventura, já que a morte não é uma aventura pra quem fica cara a cara com ela. Ela somente tenta contar a história de uma geração de homens, que mesmo podendo ter escapado das trincheiras, foi destruída pela guerra...”
A cena final, onde o soldado tenta alcançar uma borboleta do seu front e é atingido, foi gravada já na edição do filme, quando os atores não estavam mais no set. A mão em cena é do próprio Milestone.
O filme foi muito perseguido pelos nazistas na época da Segunda Guerra Mundial. Chegou a ser banido e muitos exemplares do livro no qual foi inspirado foram queimados. Em muitos outros países da Europa não foi diferente, como na Itália e na Polônia.
Apesar disso, o filme e o livro inspiraram alguns outros artistas além de Milestone. Um remake foi realizado em 1979 e o cantor Elton John gravou uma música com o nome original em 1982 (clique AQUI para ouvir a música). A expressão "it's all quiet on the western front" entrou para a cultura americana para descrever um momento sem novidades, de estagnação. Além disso, um novo remake será lançado em 2013, com Daniel Radcliffe no papel principal.
No início do filme, um alerta aos espectadores define bem o contexto do filme: “Esta história não é uma acusação nem uma confissão, muito menos uma aventura, já que a morte não é uma aventura pra quem fica cara a cara com ela. Ela somente tenta contar a história de uma geração de homens, que mesmo podendo ter escapado das trincheiras, foi destruída pela guerra...”
Eu que não tinha interesse algum com filmes sobre I e II guerra Mundial depois de ler esse post me deu vontade de Vê-lo! hehe
ResponderExcluirTa de parabéns Tato! To adorando o blog!!! Louco pra que chegue o próximo post logo!!!
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