sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Grande Hotel (Grand Hotel) - 1932

Os maiores astros da MGM reunidos no mesmo filme. Várias histórias se cruzando até um final espetacular. Muitos personagens aleatórios convergindo para o mesmo destino. Assim é Grande Hotel! Dirigido por Edmund Goulding e vencedor da 5ª edição dos Oscars. Até então, apenas grandes produções haviam vencido, e Grande Hotel veio se mostrar totalmente diferente. Todas as características descritas acima eram novidades no cinema até então.

Na trama, como dito, vários personagens são apresentados ao espectador. Greta Garbo é a dançarina Grusinskaya, sempre muito melancólica, dramática e até irresponsável com seus compromissos. John Barrymore é o Barão Von Geinger, um hóspede muito elegante e simpático que socializa com os outros hóspedes muito bem, mas guarda um segredo que poderia por em risco sua estadia no hotel. Preysing (Wallace Beery) é um importante empresário que contrata a jovem Flaemmchen (Joan Crowford) como estenógrafa, mas com segundas intenções. O irmão de John, Lionel Barrymore, interpreta Otto Kringelein, empregado de Preysing que, após ser diagnosticado com uma doença fulminante e saber que tem poucos dias de vida, se hospeda no melhor hotel da cidade para viver como rico seus últimos dias. Quando suas histórias começam a se cruzar, intermediadas pelo dia a dia de um famoso e movimentado hotel, as cenas vão ficando mais emocionantes até atingir o clímax do final. 

Em uma das cenas mais interessantes, o Doutor Otternschlag (Lewis Stone) - médico do hotel - diz que o hotel é um mundo futil, onde as pessoas entram e saem, dormem nas camas uns dos outros, num ir e vir constante. A frase provavelmente se compara à vida em si, onde encontramos tantos personagens o tempo todo e alguns vão e são substituidos em seguida por outros, e assim constantemente. Outro detalhe que traz para o filme a sensação de que tudo é passageiro são as cenas com as telefonistas, com as dezenas de ligações ao mesmo tempo.

Como poderia se esperar, juntar grandes estrelas no mesmo filme era um risco tanto para a produção quanto para a bilheteria. Até então os estúdios utilizavam apenas uma de suas estrelas para baratear o filme e lucrar mais nas bilheterias. Mesmo juntando 5 de suas grandes estrelas, Grande Hotel foi uma das melhores bilheterias da MGM. 

A batalha entre as divas era previsível, mas evitável. Não há nenhuma cena de Garbo e Crawford juntas. O medo é que uma tentasse brilhar mais que a outra e os egos se inflamassem. Cenas adicionais de Garbo foram introduzidas depois das primeiras previews para evitar que Joan Crawford abandonasse a produção. Durante as gravações, conta-se que ao se cruzarem, Crawford tentava cumprimentar Garbo com um "Hello, Miss Garbo" e nunca era respondida. Desistiu de tentar. Depois de se cruzarem algumas vezes em silêncio, Greta Garbo perguntou a ela "Você não teria nada a me dizer?".

Por falar em citações, é nesse filme que Garbo diz uma de suas maiores citações: "I want to be alone" ("Eu quero ficar sozinha").

Grande Hotel foi uma das poucas produções a ganhar o prêmio de Melhor Filme sem ter sido indicada em nenhuma outra categoria.

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